Cinema escrito

Luzes, câmara, acção!

sexta-feira, dezembro 17, 2004

17ª Edição dos Prémios Europeus de Cinema distingue Eduardo Serra

No passado dia 11 deste mês teve lugar, em Barcelona, a 17ª edição dos “European Film Awards”.
O único português na corrida aos “óscares” do cinema europeu, Eduardo Serra, arrecadou o prémio na categoria de melhor Director de Fotografia, pelo seu trabalho no filme britânico “Rapariga com o Brinco de Pérola” de Peter Webber.
Distinguido, por duas vezes, no Festival Internacional de Cinema de Direcção de Fotografia na Polónia e com um prémio Bafta no currículo pelo seu trabalho em “Asas do Amor” (1997), Eduardo Serra consegue com este galardão o reconhecimento europeu com o filme de Webber. Com “ Rapariga com o Brinco de Pérola”, Serra conseguiu também mais uma nomeação para os Óscares deste ano, tendo sido a primeira com “ The Wings of Dove”, em 1997.
Nascido em Lisboa, Eduardo Serra completou, recentemente, 61 anos. Em 1963, foi para Paris onde estudou Cinema, Arqueologia e História da Arte. A sua primeira longa metragem foi “À Vendre”, de Christian Drillaud, em 1980, e a partir daí já fotografou cerca de 50 filmes. Já trabalhou, na Europa e nos Estados Unidos, com vários realizadores, dos quais se destacam José Fonseca e Costa, Claude Chabrol, M. Night Shyamalan ou Michael Winterbottom.
Nesta cerimónia, apresentada por Maria de Medeiros e Juanjo Puigcorbé, destacam-se o prémio de melhor filme europeu do ano atribuído ao alemão “Geden die Wand”, de Fatih Akin, o prémio de melhor realizador conquistado pelo espanhol Alejandro Aménabar, e o prémio de melhor actor concedido a Javier Barden, ambos com o filme “Mar Adentro”. Na categoria de melhor actriz a premiada foi Imelda Staunton pela sua participação em “Vera Drake”.
A decisão do público premiou, pelo segundo ano consecutivo, o alemão Daniel Brühl (o protagonista de “Adeus Lenine”) como melhor actor, pelo seu papel em “Was Nützt Die Liebe In Gedanken”, e a actriz espanhola Penélope Cruz como melhor actriz, com o filme italiano “Non Ti Muovere”. O filme “2046”, de Wong Karwai, conquistou o prémio de melhor filme não-europeu. O grande perdedor da noite foi Pedro Almodôvar que estava nomeado para cinco galardões com “Má Educação”, e não ganhou nenhum.
Para esta 17ª edição dos Prémios Europeus de Cinema estavam nomeados 44 filmes escolhidos pela Academia Europeia de Cinema que é presidida pelo realizador alemão Wim Wenders. Embora não tenham o prestígio do Festival de Cannes ou de Berlim, estes prémios são respeitados no meio porque a votação é feita pelos profissionais da academia europeia, à semelhança do que acontece em Hollywood.