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sexta-feira, abril 29, 2005

A pirataria de CD e DVD impulsiona “outras actividades criminosas”

Foi esta a conclusão a que chegou um relatório da Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC), que recomenda um aumento das operações de combate a tais infracções a par de uma progressiva sensibilização do consumidor.

Maria Paula Andrade, inspectora-geral das Actividades Culturais, reiterou à agência Lusa que, embora não se encontre ligada a redes terroristas como acontece em Espanha, a pirataria em Portugal financia o narcotráfico e a imigração ilegal. Convicta de que é preciso reforçar a vertente repressiva em relação a esta actividade ilícita, Maria Paula Andrade mostra-se reticente em relação aos resultados que as operações mais orientadoras e informativas possam ter para combater a pirataria, pois o ano passado seu aumento também correspondeu a um aumento de infracções detectadas. O aumento das operações de inspecção em 2004 em cerca de 31 por cento, relativamente a 2003, equivaleu também a um aumento de 57 por cento no número crimes nas áreas de vídeo e fonografia.

Segundo a mesma fonte, a pirataria apareceu ligada à chegada “de imigrantes marroquinos, maioritariamente vindos de Espanha, que se dedicam apenas à pirataria e levam os que já cá viviam e se dedicavam à venda ambulante, a reconverter a sua actividade e a dedicarem-se também à contrafacção.” Da mesma forma, alguns cidadãos paquistaneses e do Bangladesh deslocaram-se dos distritos de Lisboa e Setúbal, para zonas mais rurais do país para continuar aí esta actividade.

Os distritos onde a pirataria se manteve mais intensa foram Lisboa com 130 infracções detectadas, seguindo-se o Porto com 93, Setúbal com 78, Braga, Santarém e Aveiro com 74, 65 e 36, respectivamente.

A inspectora-geral das Actividades Culturais assegurou à Lusa que para este ano “está previsto o aumento do número de efectivos da IGAC, para além de uma nova campanha anti-pirataria idêntica à promovida o ano passado”, para reforçar as operações de combate e de sensibilização nas pessoas em relação às repercussões que esta actividade ilícita pode trazer, nomeadamente, no financiamento de outras actividades criminosas e para a economia nacional nas áreas da criação e inovação.

Fonte:
http://cinecartaz.publico.clix.pt/noticias.asp?id=128137